Na terceira idade os cuidados aumentam

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Foto: google
            As pernas sem a mesma firmeza de antes, e a dificuldade de locomoção tornam-se um obstáculo perigoso na terceira idade. De acordo com as estatísticas da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) : um em cada quatro idosos cai dentro de casa pelo menos uma vez por ano. Em 34% dos tombos ocorre algum tipo de fratura e a recuperação nessa fase da vida se torna mais difíceis.
            Como conta a aposentada Ana Maria, de 68 anos, que caiu descendo as escadas da garagem, “eu não enxerguei o último degrau e cai em cima do meu braço, fraturei o meu braço esquerdo e já faz três meses que eu estou usando tipóia e ainda não consigo levantar o meu braço.”
            De acordo com o enfermeiro Tiago da Silva, que trabalha em um asilo há um ano, os cuidados com os idosos devem ser redobrados cada dia mais, “aqui no asilo nós não deixamos eles sozinhos por muito tempo, devemos sempre estar olhando o que eles estão fazendo, porque essas precauções simples evitam grandes acidentes.”
            O enfermeiro instrui aqueles que moram com idosos para que adequem a casa para eles. “O ideal é deixar espaços para eles poderem andar de um lado para o outro sem encontrar obstáculos; os tapetes tem que possuir forro antederrapantes; a mobília não deve ter rodas e a cama e as cadeiras não devem ser demasiado baixas ou altas; é extremamente necessário o uso de barras de apoio nos banheiros, nos corredores, nos cômodos; tem que se utilizar tapetes de borracha antiderrapante no choveiro; e deixar a casa sempre bem iluminada;” explica.
            Atualmente as famílias que tem idosos, estão procurando contratar os serviços de um cuidador, para prestar mais assistência as necessidades deles. A venderora Fátima Alcoforado, que trabalha durante todo o dia achou por bem contratar um cuidador para não deixar o seu pai de 70 anos sozinho em casa, “agora eu posso ir trabalhar mais sossegada, porque eu sei que tem alguém cuidando do meu pai, prevenindo acidentes, quedas, alimentando ele e dando os seus remédios na hora certa,” afirma a vendedora.
            Ainda de acordo com a SBOT, a principal causa da queda em casa é a baixa súbita pressão arterial ao levantar da cama responsável por 22% dos tombos. Vem em seguida da dificuldade de enxergar objetos que possam ocasionar escorregões (19%), do enfraquecimento de ossos e músculos (18%), o uso de calçados inadequados (14%), de obstáculos no caminho dentro de casa, como tapetes mal colocados (14%) e o uso de remédio provoca algumas vertigens e também afeta o equilíbrio.

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Caos e amor no Lar dos Idosos Maria do Carmo

Foto: Bruna Torres e Helen Thaíla (Lar dos Idosos Maria do Carmo)

Há onze anos dando assistência e bem-estar para o público da terceira idade, o Lar dos Idosos Maria do Carmo, localizado no centro de Paulista abriga 41 idosos que muitas vezes são abandonados pela própria família e alguns possuem, até mesmo problemas psiquiátricos. Com pouco apoio, o asilo vive em situações precárias relacionados não só a estrutura, mas também em questão de limpeza, o local e o mal cheiro para quem está de passagem não causa  uma boa primeira impressão, porém, os idosos que vivem no lar não reclamam das situações e se sentem bem sabendo que ali são realmente aceitos.
De acordo com a fundadora e presidente do asilo, Maria do Carmo, eles contam apenas com a ajuda do Sistema Único de Saúde - SUS, de onde ganham os remédios para tratar dos idosos e também recebem apoio da sociedade que ajudam através de doações de alimentos. Ainda segundo Maria do Carmo, o Lar possui treze cuidadores, incluindo um médico da Prefeitura de Paulista além de enfermeiros da própria casa.
Apesar de todas as dificuldades enfrentadas, Maria do Carmo diz se sentir muito feliz em poder cuidar de seus pacientes. “Dou e continuarei dando sempre muito carinho e amor para todos eles e recebo o mesmo em troca, isso é o que me deixa muito contente e o que me faz esquecer de todos os problemas”, diz a fundadora.
A aposentada , Laura Souza, 67 anos, conta que por ser rejeitada pela família, ela mesma decidiu procurar pelo Lar dos Idosos Maria do Carmo. “Agora eu me sinto bem melhor, minha família me maltratava muito, me deixava sozinha sempre que íamos a algum local. Às vezes eu passava mal e ninguém me socorria, por isso chegou uma hora que eu não aguentei mais e resolvi sair de casa, como eu já conhecia o Lar dos Idosos eu resolvi ficar de vez por aqui, pelo menos agora tenho com quem conversar e recebo muitos cuidados”, enfatiza. 
Ainda, Laura fala que mesmo não recebendo carinho de sua família, sente falta dos seus filhos. “Eles nunca vêm aqui me visitar, passou natal, ano novo e nem sinal deles, acho que vai chegar o dia de eu partir e nem vou vê-los. Só queria que eles tivessem um pouco de sentimento e se colocassem no meu lugar, pois eles têm filhos e um dia irão envelhecer, não é fácil para uma mãe ficar muito tempo longe dos filhos”, conta a aposentada.
Já o aposentado, Antônio Alves, 71 anos, diz que morava com sua única filha e que ela decidiu levá-lo para o asilo. “Ela dizia que eu dava muito trabalho, que tinha que fazer minha comida diferente, que tinha que comprar meus remédios, me dar banho, mas tudo que ela comprava era usando o meu dinheiro da minha aposentaria. Eu gosto daqui porque ninguém reclama que tem que cuidar de mim”, explicou.
Diferente de Laura, o aposentado conta que em algumas datas comemorativas recebe visita da sua filha, mas ele ainda se sente triste por ter sido colocado fora de casa pela sua própria filha. “Eu às vezes fico me lembrando das coisas ruins que ela me falava, e fico muito sentido, sem conseguir dormi. Sei que é dá um trabalho muito grande, mas nunca faria isso com meus pais, eu sempre cuidei deles até o dia em que eles morreram”, disse Antônio
Assista o vídeo abaixo.