Caos e amor no Lar dos Idosos Maria do Carmo

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Foto: Bruna Torres e Helen Thaíla (Lar dos Idosos Maria do Carmo)

Há onze anos dando assistência e bem-estar para o público da terceira idade, o Lar dos Idosos Maria do Carmo, localizado no centro de Paulista abriga 41 idosos que muitas vezes são abandonados pela própria família e alguns possuem, até mesmo problemas psiquiátricos. Com pouco apoio, o asilo vive em situações precárias relacionados não só a estrutura, mas também em questão de limpeza, o local e o mal cheiro para quem está de passagem não causa  uma boa primeira impressão, porém, os idosos que vivem no lar não reclamam das situações e se sentem bem sabendo que ali são realmente aceitos.
De acordo com a fundadora e presidente do asilo, Maria do Carmo, eles contam apenas com a ajuda do Sistema Único de Saúde - SUS, de onde ganham os remédios para tratar dos idosos e também recebem apoio da sociedade que ajudam através de doações de alimentos. Ainda segundo Maria do Carmo, o Lar possui treze cuidadores, incluindo um médico da Prefeitura de Paulista além de enfermeiros da própria casa.
Apesar de todas as dificuldades enfrentadas, Maria do Carmo diz se sentir muito feliz em poder cuidar de seus pacientes. “Dou e continuarei dando sempre muito carinho e amor para todos eles e recebo o mesmo em troca, isso é o que me deixa muito contente e o que me faz esquecer de todos os problemas”, diz a fundadora.
A aposentada , Laura Souza, 67 anos, conta que por ser rejeitada pela família, ela mesma decidiu procurar pelo Lar dos Idosos Maria do Carmo. “Agora eu me sinto bem melhor, minha família me maltratava muito, me deixava sozinha sempre que íamos a algum local. Às vezes eu passava mal e ninguém me socorria, por isso chegou uma hora que eu não aguentei mais e resolvi sair de casa, como eu já conhecia o Lar dos Idosos eu resolvi ficar de vez por aqui, pelo menos agora tenho com quem conversar e recebo muitos cuidados”, enfatiza. 
Ainda, Laura fala que mesmo não recebendo carinho de sua família, sente falta dos seus filhos. “Eles nunca vêm aqui me visitar, passou natal, ano novo e nem sinal deles, acho que vai chegar o dia de eu partir e nem vou vê-los. Só queria que eles tivessem um pouco de sentimento e se colocassem no meu lugar, pois eles têm filhos e um dia irão envelhecer, não é fácil para uma mãe ficar muito tempo longe dos filhos”, conta a aposentada.
Já o aposentado, Antônio Alves, 71 anos, diz que morava com sua única filha e que ela decidiu levá-lo para o asilo. “Ela dizia que eu dava muito trabalho, que tinha que fazer minha comida diferente, que tinha que comprar meus remédios, me dar banho, mas tudo que ela comprava era usando o meu dinheiro da minha aposentaria. Eu gosto daqui porque ninguém reclama que tem que cuidar de mim”, explicou.
Diferente de Laura, o aposentado conta que em algumas datas comemorativas recebe visita da sua filha, mas ele ainda se sente triste por ter sido colocado fora de casa pela sua própria filha. “Eu às vezes fico me lembrando das coisas ruins que ela me falava, e fico muito sentido, sem conseguir dormi. Sei que é dá um trabalho muito grande, mas nunca faria isso com meus pais, eu sempre cuidei deles até o dia em que eles morreram”, disse Antônio
Assista o vídeo abaixo.

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